O ProMetaS (Procedimento Metalinguístico Lúdico de Intervenção no Domínio da Sintaxe) é um conjunto de atividades de estimulação linguística dirigidas a crianças de 7 a 12 anos com diagnóstico de TDL (Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem), em risco de TDL, ou cujo desempenho escolar seja sugestivo de dificuldades na produção e na compreensão da linguagem.

Este Material é composto por um livreto explicativo, com sua fundamentação teórica, e 3 blocos de atividades lúdicas, com base em histórias e jogos interativos, nas quais se explicitam as relações sintáticas que costumam ser fonte de dificuldades na compreensão e na produção de sentenças. Também inclui 9 cartelas para uso em alguns dos jogos e vídeos ilustrativos.

O ProMetaS pode ser utilizado por fonoaudiólogos, psicopedagogos e pedagogos.
Este material consiste em 3 livros interativos, a serem montados diante da criança, de modo que esta veja uma página impressa e o terapeuta siga o protocolo de instruções na página diante de si. Algumas cartelas também são apresentadas, com figuras a serem destacadas para uso em algumas atividades. O procedimento é metalinguístico, uma vez que explora a consciência sobre as estruturas linguísticas  trabalhadas. O procedimento também é lúdico, pois tudo é conduzido por meio de narrativas e jogos.

Foi desenvolvido no LAPAL (Laboratório de Psicolinguística e Aquisição da Linguagem, PUC-Rio) com base em pesquisa científica linguística e psicolinguística sobre aquisição da linguagem e transtornos que afetam a linguagem em diferentes línguas, incluindo pesquisas desenvolvidas por nós com crianças falantes de português brasileiro. O desenvolvimento do ProMetaS envolveu o rastreio de crianças em risco de TDL por meio do Módulo 1 (sintático) do MABILIN (Módulos de Avaliação de Habilidades Linguísticas), bateria de testes desenvolvida no LAPAL, assim como de um estudo piloto realizado com 34 crianças (de 8 a 12 anos) de escolas da rede pública do Rio de Janeiro, em função de projetos apoiados pela FAPERJ. Destas, 21 crianças haviam sido identificadas em risco para TDL por meio daquele instrumento e as outras 13 constituíram o grupo controle.

Quatro semanas após o período de intervenção (em 9 sessões semanais), todas as crianças foram reavaliadas por meio do MABILIN. A comparação entre grupos demonstra que o número de respostas corretas para todas as estruturas apresentadas no MABILIN difere significativamente em função do momento de avaliação (antes ou depois da intervenção). Considerando as expostas das crianças individualmente, verificou-se que 76,2% das crianças do grupo em risco para TDL apresentaram melhor desempenho após a intervenção por meio do instrumento que deu origem ao ProMetaS. Ou seja, apenas 5 crianças desse grupo não apresentaram melhora significativa em seu desempenho na segunda testagem. Por outro lado, no grupo controle, apenas uma criança apresentou melhora significativa entre o desempenho na primeira e na segunda aplicação do MABILIN'.